
Os principais pensadores sociais lançaram seus estudos em detrimento à
Revolução Industrial, durante, ou logo após o seu surgimento. Por isso, a
Sociologia e as demais ciências sociais têm sido consideradas produtos da
Revolução Industrial e da Revolução Intelectual. O progresso industrial
capitalista demandou um notável desenvolvimento da ciência e da técnica.
Inúmeras pessoas dedicaram longos anos a estudar a vida em sociedade,
procurando descobrir seus segredos e tornar mais claras as relações que existem
entre os homens. A Revolução Industrial modificou as relações sociais e
econômicas na Europa, fazendo surgir vários filósofos sociais que procuraram
analisar diversas áreas da sociedade mudando as sociedades da época e as
futuras.
AUGUSTO COMTE (1798-1857) – A ORDEM E O PPROGRESSO NA SOCIEDADE
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Isidore Auguste Marie François
Xavier Comte, filósofo e matemático francês, foi o fundador do Positivismo e
“pai da Sociologia”, criou uma nova ciência para estudar a humanidade, chamou-a
de física social, em 1828. Em 1839, mudou o termo para Sociologia.
Em 1826,
começou a elaborar as lições do Curso de Filosofia Positiva. Em 1842, publicou
sua grande obra: Curso de Filosofia Positiva, constituída de seis volumes. A
partir de 1846, toda sua obra passou a ter um sentido religioso, deixou de ser
católico e fundou a Religião da Humanidade, mudando as teorias reacionárias da
Igreja da época.
Para Comte, a Sociologia procura estudar e
compreender a sociedade, para organizá-la e reformá-la depois. Os estudos da
sociedade deveriam ser feitos com espírito científico e objetividade. Positivismo
é a doutrina criada por Augusto Comte que sugere a observação científica da
realidade, cujo conhecimento viabilizaria o estabelecimento de leis universais
para o progresso da sociedade e dos indivíduos. Comte acreditava ser possível
observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a
história da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente
de melhoria e evolução. O lema da Bandeira Nacional “Ordem e Progresso”, criado
por Benjamin Constant, é de inspiração comtista.
KARL MARX (1818-1883) -
OS INDIVÍDUOS E AS CLASSES SOCIAIS
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Filósofo e economista alemão
estudou na Universidade de Berlim, interessando-se pelas idéias do filósofo
Hegel. Em 1842 assumiu o cargo de redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana,
onde tinha uma postura política de um liberal radical. Em Paris conheceu
Friedrich Engels, com quem escreveria vários ensaios e livros. Em 1847, redigiu
com Engels o Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária, que
mais tarde seria chamado marxismo. No Manifesto, Marx convoca o proletariado à
luta pelo socialismo. Os primeiros socialistas foram chamados por Marx de
utópicos porque, apesar de criticarem o capitalismo e promoverem vários modelos
de socialismo comunitário, não indicaram com clareza o caminho para a sociedade
como um todo. Karl Marx, ao contrário, procurou interpretar o movimento geral
da sociedade através do materialismo histórico ou dialético, e realizou a mais
profunda análise do capitalismo feita até hoje, sem deixar de indicar caminhos
para a ação política. Fundou em 1864,
a Associação Internacional dos Trabalhadores, chamada
depois de Primeira Internacional dos Trabalhadores com objetivo de organizar a
conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo. Em 1867, publicou o
primeiro volume de sua obra mais importante, O Capital, em que faz uma crítica
ao capitalismo e à sociedade burguesa.Marx é o principal idealizador do
socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo, conjunto de idéias
político-filosóficas, propunha a derrubada da classe dominante, através de uma
revolução do proletariado, criticava o capitalismo e seu sistema de livre
empresa. Propunha uma sociedade na quais os meios de produção fossem de toda a
coletividade.
Suas principais obras: O capital (1948);
manifesto Comunista (1947); a miséria da Filosofia.
ÈMILE DURKHEIM (1858-1917) – OS
FATOS SOCIAIS
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Sociólogo francês lecionou Sociologia e Pedagogia na Sorbonne de Paris.
É considerado o fundador da sociologia moderna, foi um dos primeiros a estudar
mais profundamente o suicídio, que, segundo ele, é praticado na maioria das
vezes em virtude de desilusão do indivíduo com relação ao seu meio social.
Para Durkheim,
o objeto da sociologia são os fatos sociais, os quais devem ser estudados como
coisas. Os fatos sociais consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir
exteriores ao indivíduo. A sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim
sistema formado pela associação, que representa uma realidade específica com
seus caracteres próprios. Nada se pode conduzir de coletivo se consciências
particulares não existirem, é necessário que as consciências estejam
associadas, combinadas de determinada maneira.
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios:
4. Todos os
fatos sociais são exteriores ao indivíduo, formando uma realidade específica.
Segundo
Durkheim, o homem é um animal que só se humaniza pela socialização.
Suas principais obras: A divisão do trabalho social (1893), As regras
do método sociológico (1894), O suicídio (1897).
MAX WEBER (1864-1920) – O sentido
da ação humana
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Sociólogo alemão foi professor de economia e participou da comissão que
redigiu a Constituição da República de Weimar. Weber é considerado um dos mais
importantes pensadores modernos, fundou a disciplina chamada Sociologia da
Religião.
Para Weber, o objeto da Sociologia é o sentido da ação humana
individual que deve ser buscado pelo método de compreensão, baseado no estudo
da mente humana. Max Weber concebeu a pessoa humana como um ser capaz de agir e
que não é passivo frente às forças da natureza. A sociedade para Weber
constitui um sistema de poder, pois as relações cotidianas, de classes,
empresarial, por exemplo, se deparam com o fato de que o indivíduo tem condição
de impor sua vontade a outros. Weber elabora os fundamentos de uma sociologia
compreensiva ou interpretativa. Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a
ordem social tenha que se opor e se distinguir dos indivíduos como uma
realidade exterior a eles, mas que as normas sociais se concretizam exatamente
quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação
Principais obras: A ética e o espírito do capitalismo (1905), Economia
e sociedade (1922) publicada após sua morte.
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