sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

As Origens da Sociologia

As Origens da Sociologia


Os principais pensadores sociais lançaram seus estudos em detrimento à Revolução Industrial, durante, ou logo após o seu surgimento. Por isso, a Sociologia e as demais ciências sociais têm sido consideradas produtos da Revolução Industrial e da Revolução Intelectual. O progresso industrial capitalista demandou um notável desenvolvimento da ciência e da técnica. Inúmeras pessoas dedicaram longos anos a estudar a vida em sociedade, procurando descobrir seus segredos e tornar mais claras as relações que existem entre os homens. A Revolução Industrial modificou as relações sociais e econômicas na Europa, fazendo surgir vários filósofos sociais que procuraram analisar diversas áreas da sociedade mudando as sociedades da época e as futuras.

AUGUSTO COMTE (1798-1857) – A ORDEM E O PPROGRESSO NA SOCIEDADE

 Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, filósofo e matemático francês, foi o fundador do Positivismo e “pai da Sociologia”, criou uma nova ciência para estudar a humanidade, chamou-a de física social, em 1828. Em 1839, mudou o termo para Sociologia.
Em 1826, começou a elaborar as lições do Curso de Filosofia Positiva. Em 1842, publicou sua grande obra: Curso de Filosofia Positiva, constituída de seis volumes. A partir de 1846, toda sua obra passou a ter um sentido religioso, deixou de ser católico e fundou a Religião da Humanidade, mudando as teorias reacionárias da Igreja da época.
Para Comte, a Sociologia procura estudar e compreender a sociedade, para organizá-la e reformá-la depois. Os estudos da sociedade deveriam ser feitos com espírito científico e objetividade. Positivismo é a doutrina criada por Augusto Comte que sugere a observação científica da realidade, cujo conhecimento viabilizaria o estabelecimento de leis universais para o progresso da sociedade e dos indivíduos. Comte acreditava ser possível observar a vida social por meio de um modelo científico, interpretando a história da humanidade, e a partir dessa análise, criar um processo permanente de melhoria e evolução. O lema da Bandeira Nacional “Ordem e Progresso”, criado por Benjamin Constant, é de inspiração comtista.
KARL MARX (1818-1883) - OS INDIVÍDUOS E AS CLASSES SOCIAIS


 Filósofo e economista alemão estudou na Universidade de Berlim, interessando-se pelas idéias do filósofo Hegel. Em 1842 assumiu o cargo de redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana, onde tinha uma postura política de um liberal radical. Em Paris conheceu Friedrich Engels, com quem escreveria vários ensaios e livros. Em 1847, redigiu com Engels o Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária, que mais tarde seria chamado marxismo. No Manifesto, Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo. Os primeiros socialistas foram chamados por Marx de utópicos porque, apesar de criticarem o capitalismo e promoverem vários modelos de socialismo comunitário, não indicaram com clareza o caminho para a sociedade como um todo. Karl Marx, ao contrário, procurou interpretar o movimento geral da sociedade através do materialismo histórico ou dialético, e realizou a mais profunda análise do capitalismo feita até hoje, sem deixar de indicar caminhos para a ação política. Fundou em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores, chamada depois de Primeira Internacional dos Trabalhadores com objetivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo. Em 1867, publicou o primeiro volume de sua obra mais importante, O Capital, em que faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa.Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo, conjunto de idéias político-filosóficas, propunha a derrubada da classe dominante, através de uma revolução do proletariado, criticava o capitalismo e seu sistema de livre empresa. Propunha uma sociedade na quais os meios de produção fossem de toda a coletividade.
         Suas principais obras: O capital (1948); manifesto Comunista (1947); a miséria da Filosofia.

ÈMILE DURKHEIM (1858-1917) – OS FATOS SOCIAIS

Sociólogo francês lecionou Sociologia e Pedagogia na Sorbonne de Paris. É considerado o fundador da sociologia moderna, foi um dos primeiros a estudar mais profundamente o suicídio, que, segundo ele, é praticado na maioria das vezes em virtude de desilusão do indivíduo com relação ao seu meio social.
Para Durkheim, o objeto da sociologia são os fatos sociais, os quais devem ser estudados como coisas. Os fatos sociais consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo. A sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela associação, que representa uma realidade específica com seus caracteres próprios. Nada se pode conduzir de coletivo se consciências particulares não existirem, é necessário que as consciências estejam associadas, combinadas de determinada maneira.
O sistema sociológico de Durkheim baseia-se em quatro princípios:
1. A Sociologia é uma ciência independente das demais Ciências Sociais e da Filosofia.
2. A realidade social é formada pelos fenômenos coletivos.
3. A causa de cada fato social deve ser procurada entre os fenômenos sociais que o antecedem.
4. Todos os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, formando uma realidade específica.
Segundo Durkheim, o homem é um animal que só se humaniza pela socialização.
Suas principais obras: A divisão do trabalho social (1893), As regras do método sociológico (1894), O suicídio (1897).

MAX WEBER (1864-1920) – O sentido da ação humana

Sociólogo alemão foi professor de economia e participou da comissão que redigiu a Constituição da República de Weimar. Weber é considerado um dos mais importantes pensadores modernos, fundou a disciplina chamada Sociologia da Religião.
Para Weber, o objeto da Sociologia é o sentido da ação humana individual que deve ser buscado pelo método de compreensão, baseado no estudo da mente humana. Max Weber concebeu a pessoa humana como um ser capaz de agir e que não é passivo frente às forças da natureza. A sociedade para Weber constitui um sistema de poder, pois as relações cotidianas, de classes, empresarial, por exemplo, se deparam com o fato de que o indivíduo tem condição de impor sua vontade a outros. Weber elabora os fundamentos de uma sociologia compreensiva ou interpretativa. Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a ordem social tenha que se opor e se distinguir dos indivíduos como uma realidade exterior a eles, mas que as normas sociais se concretizam exatamente quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação
Principais obras: A ética e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade (1922) publicada após sua morte. 

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