Do ponto de
vista das ciências sociais (isto é, da sociologia e da
antropologia), sobretudo conforme a formulação de Tylor, a cultura é um
conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e
práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de
geração em geração por meio da vida em sociedade. Essa definição geral pode sofrer mudanças de
acordo com a perspectiva teórica do sociólogo ou antropólogo em questão. De
acordo com Ralph Linton, “como termo geral,
cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo
específico, uma cultura singifica determinada variante da herança social”.
Assim, cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma
das quais é característica de certo grupo de indivíduos.
Do ponto de vista da Antropologia - esta ciência entende a cultura como a totalidade de padrões aprendidos e
desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia
(ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o
complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e
outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade".
Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um
povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a
partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.
O uso de abstração
é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na
mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos.
Entretanto fala-se também em cultura
material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos
culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de
cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a
cultura simbólica é extremamente frágil.
A principal característica da cultura é o chamado mecanismo
adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de
hábitos, mais rápida do que uma possível evolução
biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e
grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele
simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações.
A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a
evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em
substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes
elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo
efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior.
Além disso, a cultura é também um mecanismo
cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração
seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos
mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.
Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é
o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura.
Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos,
minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo;
daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.
MUDANÇA CULTURAL
A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e
cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em
velocidades distintas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a
mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão
de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta,
que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido
pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança acarreta
normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão
ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos
em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo,
interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A
resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente
modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão
adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo
conceito.
ACULTURAÇÃO
No âmbito da sociologia,
o termo aculturação designa um processo pelo qual duas ou mais culturas
diferentes, entrando em contacto contínuo entre si, originam mudanças importantes
numa delas ou em ambas. Um dos mais claros exemplos desse processo pode ser
visto com relação às comunidades indígenas brasileiras. No começo do século XX,
as autoridades oficiais acreditavam que a ampliação do contato entre brancos e
índios poderia, em questão de décadas, extinguir as comunidades indígenas.
Contudo, o crescimento das comunidades indígenas – a partir da década de 1950 –
negou o prognóstico do início daquele século. Dessa forma, devemos compreender
que a cultura é um processo dinâmico e aberto em que hábitos e valores são
sistematicamente reformulados. Por isso, a idéia de aculturação não pode ser
vista como o fim de uma cultura, pois não há como pensar que um mesmo grupo
social irá preservar os mesmos costumes durante décadas, séculos ou milênios. A
cultura de um povo, para manter-se viva, deve ser suficientemente livre para
conduzir suas próprias escolhas, inovações e permanências. O 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças
culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo
tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.A cultura é dinâmica. Como
mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem,
outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades. Dois
mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou
introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de
outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural
originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela
decide adotar. A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os
aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente
um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de
produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de
leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que
somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis,
serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um
novo conceito.O 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças
culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo
tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.
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